Compra de soja leva EUA e China a novo embate comercial
O comércio internacional volta a ser palco de tensões entre as duas maiores economias do mundo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em sua rede social que a China está agindo de forma “economicamente hostil” ao suspender as compras de soja americana. Em resposta, Trump declarou que considera restringir a importação de óleo de cozinha e outros produtos chineses como forma de retaliação.
A China interrompeu as compras de soja americana em maio, o que provocou uma queda de quase 40% nos preços internos do grão, impactando diretamente os produtores rurais dos Estados Unidos. O país asiático é tradicionalmente o maior comprador de soja americana, e a suspensão das importações causou forte preocupação no setor agrícola.
Em 2025, a China havia importado 27 milhões de toneladas de soja americana, avaliadas em cerca de US$ 12,8 bilhões. No entanto, com o avanço da guerra tarifária entre as duas potências, Pequim tem buscado diversificar seus fornecedores, intensificando negociações com países da América do Sul, especialmente Brasil e Argentina, que vêm se beneficiando do redirecionamento das compras.
Analistas apontam que o episódio reacende o risco de uma nova escalada comercial, semelhante à vivida durante o primeiro mandato de Trump, quando foram impostas tarifas bilionárias sobre produtos de ambos os lados. Caso as medidas se intensifiquem, os efeitos podem reverberar no mercado global de commodities agrícolas, impactando preços, exportações e cadeias logísticas em diversas regiões.
O impasse destaca, mais uma vez, a relevância estratégica do agronegócio nas relações comerciais internacionais e o papel central da soja como instrumento de pressão econômica e política entre as duas maiores economias do planeta.