Escassez de mão de obra acende alerta no setor logístico e acelera corrida pela automação
A crescente escassez de mão de obra no setor logístico tem preocupado empresas de transporte, armazenagem e distribuição em todo o mundo.
Segundo uma pesquisa global, 76% das operações de Supply Chain e Logística enfrentam dificuldades para preencher vagas, principalmente em áreas operacionais como transporte (61%) e armazém (56%).
O fenômeno, apelidado por especialistas de “apagão da mão de obra logística”, vem levando empresas a repensar estratégias e a investir fortemente em automação e tecnologia.
Redução da dependência de mão de obra intensiva
Nesse cenário, a automação surge como a principal resposta estratégica. Equipamentos como sorters, esteiras transportadoras, sistemas de cubagem e pesagem, e veículos guiados automaticamente (AGVs) estão sendo adotados para reduzir a dependência de mão de obra intensiva e mitigar o absenteísmo e o turnover.
A automação tem permitido mais produtividade com menos recursos, oferecendo maior previsibilidade operacional e estabilidade às operações logísticas.
O número de profissionais da logística no Brasil cresceu 12% entre 2018 e 2023, passando de 2,63 milhões para 2,86 milhões. Apesar disso, persistem gargalos como falta de qualificação, envelhecimento da força de trabalho e baixa diversidade. A pesquisa também aponta falta de mão de obra em 57 das 100 principais profissões do varejo.
Eficiência operacional e melhores condições de trabalho
Além da produtividade, a automação traz ganhos diretos em ergonomia e segurança. As novas soluções de movimentação são destinadas a promover melhores condições de trabalho, ergonomia e segurança para os operadores. E estamos acompanhando um alto crescimento destas soluções implantadas no mercado.
Regiões como Cajamar (SP) e Extrema (MG) concentram grandes centros de distribuição e vivem escassez crítica de trabalhadores. Em Extrema, há mais vagas do que habitantes, o que aumenta a competição por profissionais e eleva custos de moradia.
Flexibilidade e escalabilidade para enfrentar picos sazonais
Com o crescimento do e-commerce e a pressão por entregas mais rápidas, os centros de distribuição automatizados oferecem flexibilidade para lidar com picos sazonais de demanda. Isso reduz a necessidade de contratações temporárias e permite maior eficiência operacional.
O turnover elevado, que pode custar até 33% do salário anual de um colaborador, gera custos invisíveis com recrutamento, treinamento e queda de produtividade, reforçando a importância da automação como alternativa sustentável.
Investimento estratégico para o futuro da logística
Os investimentos globais em automação logística atingiram US$ 58 bilhões em 2022 e devem ultrapassar US$ 196 bilhões até 2032. No Brasil, embora ainda existam limitações estruturais, a modernização é considerada inevitável para manter a competitividade.
A demanda por profissionais qualificados cresce rapidamente. Habilidades em automação robótica de processos ( 175,8%), gestão de manutenção computadorizada ( 65,3%) e regulamentação aduaneira ( 113,4%) estão entre as mais procuradas. Além disso, soft skills como liderança e tomada de decisão estratégica também ganham espaço.
Transformação digital como resposta ao “apagão logístico”
A escassez de mão de obra tornou-se um catalisador da transformação digital no setor. Com foco em automação, ergonomia e inteligência operacional, a logística brasileira avança em direção a um modelo mais sustentável, resiliente e competitivo.
Equipamentos intralogísticos como esteiras transportadoras, sorters, sistemas de cubagem e pesagem e AGVs vêm se destacando no mercado por sua robustez, baixo custo de manutenção e alta adaptabilidade.
A modularidade desses sistemas facilita expansões futuras e garante que o investimento acompanhe o crescimento das operações, tornando-se um pilar estratégico na jornada de automação logística.