Tarifas de contêineres sobem na semana 44 e mantêm pressão sobre o transporte marítimo
As tarifas spot de contêineres registraram alta pela terceira semana consecutiva, refletindo a retomada da pressão nos custos do transporte marítimo global. De acordo com o Índice Mundial de Contêineres (WCI) da Drewry, os valores subiram 4% na Semana 44, atingindo US$ 1.822 por FEU, embora ainda permaneçam 43% abaixo dos níveis registrados no mesmo período do ano anterior.
Rotas Ásia-EUA lideram o aumento nas tarifas
As rotas transpacíficas continuam sendo o principal motor da alta. Os fretes de Xangai para Los Angeles aumentaram 6%, chegando a US$ 2.438 por FEU, enquanto o trajeto Xangai–Nova York subiu 4%, alcançando US$ 3.568 por FEU.
Segundo a Drewry, o movimento reflete os ajustes de capacidade das transportadoras e o impacto das recentes rodadas de aumento geral de tarifas (GRIs). A consultoria prevê um leve acréscimo adicional na próxima semana, mas alerta que os preços podem voltar a cair rapidamente após a conclusão dos reajustes.
Fretes entre Ásia e Europa também registram alta
As rotas Ásia–Europa mantiveram tendência positiva. O frete de Xangai para Rotterdam avançou 3%, atingindo US$ 1.795 por FEU, enquanto Xangai–Gênova teve salto de 5%, chegando a US$ 1.955 por FEU.
Especialistas apontam que as transportadoras estão tentando sustentar os preços durante o período de renovação de contratos de longo prazo, previsto para o início de 2026. Esse esforço busca compensar meses de margens comprimidas após o declínio nos volumes e nas tarifas no primeiro semestre.
Rotas transatlânticas mostram leve recuo
Em contrapartida, as rotas transatlânticas apresentaram retração. O trajeto Nova York–Rotterdam caiu 1%, para US$ 846 por FEU, enquanto o sentido Rotterdam–Nova York recuou 2%, para US$ 1.678 por FEU.
Essa queda está associada à menor demanda sazonal e ao aumento da capacidade disponível nas rotas entre América do Norte e Europa, reduzindo o poder de precificação das companhias marítimas.
Perspectivas para o mercado marítimo global
Apesar da recente sequência de altas, o mercado ainda opera em níveis historicamente baixos em comparação com o auge de 2021–2022. A Drewry projeta que as tarifas podem oscilar até o final do ano, com pressão de alta no curto prazo e tendência de estabilização no início de 2026, conforme a capacidade global continue se ajustando à demanda real.