Navio movido a vento chega em Santos e levará suco de laranja para os EUA
O Porto de Santos recebeu uma embarcação inovadora: um navio cargueiro movido a vento, que irá transportar suco de laranja brasileiro para os Estados Unidos. A chegada dessa embarcação representa um marco importante na logística internacional, combinando sustentabilidade ambiental com eficiência operacional.
Essa operação inédita reforça o compromisso do setor marítimo com soluções limpas, além de colocar o Brasil na rota de projetos globais voltados à descarbonização do transporte de cargas.
Uma nova era para a navegação marítima
O navio é equipado com sistemas de propulsão eólicos automatizados, utilizando grandes velas rotativas ou asas rígidas que aproveitam a força dos ventos para reduzir o consumo de combustível fóssil. Com isso, a embarcação consegue diminuir significativamente a emissão de gases poluentes, atendendo às exigências de mercados internacionais cada vez mais atentos às práticas de ESG (ambiental, social e governança).
O destino da carga é o porto da Filadélfia, nos EUA, onde será descarregado o suco de laranja produzido no interior de São Paulo e no sul de Minas Gerais - um dos principais produtos da pauta de exportações agrícolas do Brasil.
Por que isso é importante?
- Redução de emissões: o uso de vento como fonte de propulsão pode reduzir em até 30% o consumo de combustível em rotas oceânicas.
- Cumprimento de metas ambientais: atende aos critérios da Organização Marítima Internacional (IMO) para descarbonização até 2050.
- Eficiência logística: a embarcação pode manter prazos competitivos, ao mesmo tempo em que reduz o custo ambiental da operação.
- Inovação no comércio exterior: reforça a imagem do Brasil como parceiro comercial alinhado às novas exigências do mercado global.
Exportações de suco de laranja em alta
O Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja concentrado, e os Estados Unidos são um dos principais mercados consumidores. Em 2024, as exportações brasileiras desse produto ultrapassaram US$ 1,6 bilhão, com crescimento de mais de 12% em relação ao ano anterior.
A adoção de navios movidos a vento para rotas regulares como essa pode representar uma transformação profunda na cadeia logística do agronegócio, unindo desempenho econômico e responsabilidade ambiental.