Sindusfarma solicita à Anvisa o fim da importação de Cannabis Medicinal
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) formalizou, nesta semana, um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para revisar as normas que permitem a importação de cannabis medicinal por pessoas físicas e empresas no Brasil. A entidade defende que a medida seja encerrada, alegando que o país já possui estrutura suficiente para produzir medicamentos à base de cannabis, garantindo maior controle de qualidade e preços mais acessíveis à população.
Segundo a entidade, a continuidade das importações prejudica a indústria farmacêutica nacional, que já investiu pesadamente na regulamentação e no desenvolvimento de produtos à base de cannabis medicinal desde a liberação do plantio para fins científicos e medicinais no Brasil. Além disso, o Sindusfarma argumenta que a produção nacional pode assegurar maior controle sanitário e atender à demanda crescente de forma mais eficiente.
Impacto para Pacientes e Setor Econômico
Atualmente, milhares de pacientes brasileiros dependem da importação de produtos à base de cannabis medicinal para tratamentos de condições como epilepsia refratária, dores crônicas e esclerose múltipla. Especialistas apontam que o possível fim das importações pode representar um avanço para a democratização do acesso, desde que a produção nacional seja ampliada e regulamentada com preços competitivos.
No entanto, críticos da proposta alertam para a necessidade de garantir uma transição suave, evitando desabastecimentos e atrasos no tratamento de pacientes que dependem desses medicamentos.
A Anvisa ainda não se manifestou oficialmente sobre a solicitação, mas informou que está analisando o pedido da Sindusfarma. O tema será debatido em audiências públicas com representantes da indústria farmacêutica, médicos, pacientes e organizações da sociedade civil antes de qualquer decisão definitiva.
Enquanto isso, o mercado de cannabis medicinal continua a crescer no Brasil, com perspectivas de movimentar mais de R$ 2 bilhões até 2025, segundo dados de consultorias especializadas. A regulamentação da produção local é vista como um marco estratégico tanto para o setor quanto para os pacientes.