Aumento nas importações de veículos e crescimento das marcas chinesas no mercado brasileiro
O ano de 2023 trouxe um aumento expressivo nas importações de veículos, acendendo um alerta na indústria automotiva brasileira diante da perda de mercados importantes para a concorrência chinesa. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Leite, ressalta que, embora mudanças tecnológicas justifiquem esse crescimento, é crucial manter um equilíbrio com a produção local.
As exportações de veículos chineses para o Brasil registraram um aumento exponencial, alcançando US$ 1,080 bilhão no ano passado, representando 18,8% do total. Esse aumento de 482% em relação a 2022 contribuiu para a aceleração da eletrificação da frota brasileira. Marcas chinesas têm conquistado espaço no mercado nacional, oferecendo veículos com maior autonomia, tecnologia embarcada e preços competitivos.
A entrada das marcas Omoda e Jaecco, do grupo Chery International, e a expectativa de produção da GWM em Iracemópolis e da BYD em Camaçari devem aumentar ainda mais a participação chinesa no mercado brasileiro de carros elétricos.
Enquanto isso, as exportações brasileiras de veículos seguem em queda, registrando uma redução de 10,1% em 2023, totalizando US$ 4,167 bilhões. A Argentina continua sendo o principal mercado para os carros nacionais, seguida pelo México, Colômbia, Uruguai e Chile.
Por outro lado, as importações brasileiras de veículos tiveram um aumento significativo de 59,6%, atingindo US$ 5,790 bilhões em 2023, resultando em um déficit na balança comercial do setor. A Argentina liderou as importações de veículos para o Brasil, seguida pela China, México, Alemanha e Estados Unidos.
Essa dinâmica do mercado automotivo brasileiro reflete a crescente presença das marcas chinesas e a necessidade de reavaliação das estratégias da indústria nacional para se manter competitiva diante da concorrência global.