MP de Alagoas mira esquema envolvendo tradings em operação contra lavagem de dinheiro
O Ministério Público de Alagoas (MPAL) deflagrou, no dia 18 de novembro, a Operação Invoice, com apoio do GAECO de Santa Catarina, para desarticular um suposto esquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal envolvendo quatro empresas de trading. A ação investiga crimes contra a ordem tributária, organização criminosa, lavagem de capitais e falsidade ideológica.
Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três estados:
- Alagoas (2)
- Espírito Santo (1)
- Santa Catarina (11), nas cidades de Florianópolis, Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema e Barra Velha.
Organização criminosa sofisticada movimentou R$ 400 milhões
Segundo o MPAL, as investigações apontam para uma estrutura altamente organizada, formada por quatro tradings e 11 pessoas físicas, que teriam movimentado cerca de R$ 400 milhões em operações fraudulentas. A estimativa é que mais de R$ 40 milhões em tributos deixaram de ser recolhidos.
Entre as práticas identificadas estão:
- Ocultação de patrimônio
- Pulverização de recursos entre contas
- Uso de "laranjas", incluindo beneficiários de programas sociais
- Manipulação de documentos comerciais internacionais (invoices) para simular legalidade nas operações
As tradings utilizavam as invoices para criar uma aparência formal às transações, mascarando a origem e o destino dos valores movimentados.
Empresas permanecem sob sigilo
Os nomes das empresas e dos investigados seguem mantidos em sigilo até a conclusão da investigação. O MPAL informou que, após a publicidade dos autos, serão divulgadas novas informações.
As próximas etapas da operação incluem o ressarcimento dos valores desviados e a responsabilização civil e criminal dos envolvidos.