Aeroporto de Guarulhos enfrenta acúmulo crítico de cargas devido a paralisações e aumento de demandas
O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, está enfrentando um acúmulo significativo de cargas em seus terminais de importação. A situação vem se agravando nas últimas semanas, em parte devido às paralisações de auditores fiscais da Receita Federal, que suspenderam atividades em dias específicos reivindicando reajustes salariais, além do aumento da demanda sazonal com a proximidade do final de ano.
A paralisação dos auditores fiscais, realizada todas as terças e quartas-feiras, afeta diretamente o fluxo de mercadorias, já que as cargas ficam retidas à espera de inspeções e liberação aduaneira. Com a demanda por importações crescendo devido às festividades e ao comércio online, a situação se tornou crítica. Empresas e importadores relatam dificuldades para retirar mercadorias, o que pode gerar atrasos na entrega de produtos e, em alguns casos, aumento de custos com armazenamento e logística.
Segundo fontes do setor de logística, os terminais de cargas de Guarulhos estão operando acima da capacidade, com filas de caminhões se formando nos arredores do aeroporto e mercadorias sendo armazenadas em áreas alternativas. "O aumento da demanda, associado à suspensão de atividades da Receita Federal em dias úteis, tem gerado uma sobrecarga nos processos. Há risco de que produtos perecíveis e sensíveis a tempo de entrega sofram perdas financeiras", declarou um representante de uma empresa de logística.
Em resposta, a concessionária GRU Airport, que administra o aeroporto, está tomando medidas emergenciais para minimizar os impactos do acúmulo de cargas. Entre as ações implementadas estão o reforço na equipe de atendimento e a criação de espaços temporários para armazenamento. Contudo, sem a normalização do ritmo de liberação das cargas, as medidas podem não ser suficientes para aliviar completamente o congestionamento.
Importadores e empresas de logística estão pressionando por uma solução rápida, temendo que a situação piore com a proximidade das festas de fim de ano. A expectativa é que, se a situação de paralisação dos auditores fiscais não for resolvida, o fluxo de mercadorias no Aeroporto de Guarulhos possa atingir um ponto de saturação, impactando diretamente o abastecimento de produtos importados no Brasil e as operações de empresas de diversos setores.
O Sindifisco Nacional, sindicato que representa os auditores fiscais, reforçou que a categoria está mobilizada até que o governo apresente uma proposta concreta de reajuste. Já o governo, por meio do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), ainda não sinalizou uma retomada das negociações. Enquanto isso, o acúmulo de cargas no Aeroporto de Guarulhos permanece como um reflexo das tensões entre governo e auditores, com impactos diretos na cadeia logística nacional.