Custos com transporte internacional podem aumentar devido as tensões no Mar Vermelho
Os recentes ataques realizados por forças militares dos Estados Unidos e do Reino Unido em áreas controladas pelos rebeldes houthis no Iêmen estão gerando preocupações quanto ao impacto no comércio global. O Brasil, como importante ator no cenário internacional, também está atento a possíveis consequências para suas operações de comércio exterior.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), está monitorando de perto a situação. A Secex está analisando dados do fluxo comercial e mantendo contato com os setores produtivos, especialmente com as tradings exportadoras e importadoras, para identificar possíveis impactos sobre o comércio brasileiro.
Com o aumento das tensões, há preocupações com os custos no transporte internacional, já que rotas alternativas podem se tornar necessárias para evitar áreas afetadas pelo conflito, como o Mar Vermelho.
Dados do Fundo Monetário Internacional indicam que o desvio de rotas já está acontecendo, com uma redução significativa no número de navios que passam pelo Estreito de Bab-el-Mandeb e pelo Canal de Suez. As companhias de transporte marítimo estão ampliando o tráfego pelo Cabo da Boa Esperança, o que eleva os custos do transporte de mercadorias.
Apesar de ainda não haver dados oficiais sobre os impactos da crise no Mar Vermelho nos portos brasileiros, os indicativos sugerem que esses efeitos existem, embora ainda sejam relativamente baixos. A Secex trabalha com a perspectiva de que, dependendo da evolução da escalada militar, os custos dos fretes podem aumentar ainda mais. No entanto, os dados da balança comercial mostram um aumento importante no volume de bens exportados, indicando que, até o momento, a crise não afetou significativamente as exportações brasileiras.