Transporte de cargas fracionadas cresce 40% no Brasil e aponta tendências para 2025
O transporte de cargas fracionadas no Brasil registrou um crescimento expressivo de 40% em 2024, destacando-se como uma solução estratégica para operações de importação e exportação. Esse avanço reflete a maior diversificação de produtos comercializados, o crescimento de pequenas e médias empresas no comércio exterior e a busca por maior eficiência logística no envio de cargas menores a destinos variados.
O modelo de cargas fracionadas, que consolida mercadorias de diferentes embarcadores em um único transporte, vem se tornando essencial para otimizar operações no comércio internacional, reduzindo custos e aumentando a competitividade de empresas brasileiras no mercado global.
A relevância das cargas fracionadas no comércio exterior
Com o aumento da globalização e a diversificação dos mercados de destino, empresas brasileiras têm optado pelo transporte fracionado como forma de acessar clientes em diferentes países sem a necessidade de operar com grandes volumes de carga.
No caso da exportação, produtos como máquinas e equipamentos de pequeno porte, alimentos processados, cosméticos e peças industriais têm se beneficiado do transporte fracionado para atender a mercados segmentados e demandas pontuais. Já na importação, o modelo é amplamente utilizado para trazer insumos, componentes eletrônicos e materiais diversificados, otimizando o transporte de mercadorias de diferentes fornecedores internacionais.
Com o transporte fracionado, empresas exportadoras podem atingir novos mercados com remessas menores, enquanto importadores conseguem consolidar produtos de diferentes países em um único embarque, reduzindo custos logísticos e otimizando processos aduaneiros.
Infraestrutura portuária e aeroportuária impulsiona o crescimento
O crescimento do transporte de cargas fracionadas também está ligado aos investimentos realizados em infraestrutura portuária e aeroportuária no Brasil. Terminais especializados em consolidar e desconsolidar cargas têm se expandido em portos como Santos, Paranaguá e Itajaí, além de aeroportos internacionais como Guarulhos e Viracopos.
Esses avanços permitem maior agilidade na movimentação de mercadorias fracionadas, garantindo que as cargas sejam rapidamente organizadas e encaminhadas para diferentes destinos, seja no mercado interno ou externo. Além disso, o uso de tecnologia nos terminais aduaneiros tem acelerado os processos de liberação, reduzindo prazos e custos operacionais.
Tendências para o transporte fracionado em 2025
O transporte de cargas fracionadas no comércio exterior apresenta diversas tendências para o próximo ano, que prometem consolidar ainda mais sua relevância no setor:
- Crescimento das exportações de produtos de alto valor agregado: Mercadorias como eletrônicos, medicamentos, cosméticos e alimentos gourmet devem ser impulsionadas pelo transporte fracionado, atendendo a nichos de mercado no exterior.
- Consolidação de cargas em hubs internacionais: Empresas brasileiras devem utilizar centros logísticos em países estratégicos, como Estados Unidos, China e Alemanha, para consolidar remessas de exportação e redistribuí-las a outros mercados.
- Sustentabilidade nas operações: Com a crescente pressão por práticas sustentáveis, operadores logísticos estão investindo em tecnologias que otimizam o uso de espaço nos contêineres e reduzem emissões de carbono, especialmente em rotas marítimas e aéreas.
- Digitalização do comércio exterior: O uso de sistemas integrados para a gestão de fretes, como plataformas que conectam embarcadores e transportadores, continuará a simplificar operações fracionadas, aumentando a transparência e a eficiência no comércio exterior.
- Expansão de hubs logísticos regionais: A interiorização dos polos industriais e agroindustriais no Brasil levará à criação de novos centros de distribuição voltados para consolidação e transporte de cargas fracionadas tanto para exportação quanto para importação.
Embora o crescimento seja expressivo, o setor ainda enfrenta desafios. Entre eles, destacam-se os altos custos logísticos no Brasil, as limitações em infraestrutura de transporte terrestre e os gargalos burocráticos nos processos de importação e exportação.
Contudo, as oportunidades são vastas, especialmente com a adesão de novas empresas ao comércio internacional. Pequenos e médios exportadores têm encontrado no transporte fracionado uma forma de competir em mercados globais, enquanto importadores conseguem trazer insumos e matérias-primas com maior frequência e menor custo.
Com o avanço da tecnologia e os investimentos em infraestrutura, o transporte fracionado promete desempenhar um papel cada vez mais relevante na integração do Brasil ao mercado global, sendo uma tendência indispensável para o comércio exterior em 2025.