Déficit na indústria química: importações já chegam a 49%
A indústria química brasileira vive um dos momentos mais delicados das últimas décadas. O setor enfrenta um cenário de forte dependência externa, em que as importações já representam 49% do consumo aparente nacional. Com esse desequilíbrio crescente, o déficit projetado para 2025 alcança R$ 44,1 bilhões, acendendo um alerta para toda a cadeia produtiva.
Neste contexto, ganha protagonismo o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq), aprovado pelo Congresso e considerado pela indústria como o principal instrumento para reverter o cenário atual.
Presiq: o programa que pode virar o jogo
O Presiq representa uma injeção anual de R$ 3 bilhões em incentivos destinados a:
- Inovação tecnológica
- Pesquisa e desenvolvimento
- Produção de insumos sustentáveis
Segundo especialistas, esses investimentos podem acelerar a modernização do setor e reduzir a dependência de insumos importados, fortalecendo a competitividade das empresas nacionais.
Por que o Brasil importa tanto?
A elevada participação das importações está diretamente ligada a:
- Custos de produção elevados
- Falta de competitividade fiscal
- Baixo investimento em inovação nas últimas décadas
- Dependência histórica de insumos petroquímicos estrangeiros
Com esses fatores combinados, a indústria nacional perde espaço, e o país se torna cada vez mais vulnerável às oscilações do mercado internacional.
Impacto econômico: números mostram potencial de recuperação
Estudos econômicos já indicam que a aprovação e implementação do Presiq podem gerar resultados expressivos até 2029. As projeções incluem:
- R$ 112 bilhões adicionados ao PIB
- 1,7 milhão de empregos criados
- Aumento do uso da capacidade industrial, saltando dos atuais 64% para até 95%
Se confirmados, esses números colocariam a indústria química novamente como uma das protagonistas da economia brasileira.
Por que esta pauta importa?
A indústria química é estratégica para o país: ela abastece setores como farmacêutico, agrícola, têxtil, automotivo, cosmético e de alimentos. Ou seja, sua fragilidade afeta toda a cadeia produtiva nacional.
Reduzir a dependência de importações é, portanto, não apenas uma necessidade econômica, mas uma questão de soberania industrial.
Com o déficit em alta e a participação de produtos importados chegando a quase metade do mercado, o Brasil enfrenta um desafio urgente. O Presiq surge como a principal esperança para reindustrializar o setor químico, incentivar a inovação e recuperar a competitividade perdida.
Se os investimentos forem implementados de forma consistente, o país poderá transformar um cenário crítico em oportunidade, reposicionando a indústria química como um dos pilares do desenvolvimento nacional.