Governo brasileiro inicia ações para diminuir impactos após tarifaço dos EUA
Após o anúncio do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a diversos produtos brasileiros, o Governo Federal iniciou uma série de ações para mitigar os impactos sobre os setores exportadores, especialmente o setor alimentício.
Durante uma reunião, representantes do governo solicitaram às empresas afetadas uma lista de produtos excedentes com o objetivo de avaliar a possibilidade de compras governamentais ou subsídios à comercialização no mercado interno.
Impacto nas Exportações Brasileiras
O tarifaço dos EUA atinge aproximadamente 4% do total das exportações brasileiras. Embora parte dessas mercadorias sejam commodities com preços internacionais, que podem ser redirecionadas para outros mercados, cerca de 2% dos produtos afetados são altamente dependentes do mercado norte-americano, como frutas, mel e pescados.
Dentre os produtos mais prejudicados estão o atum, o pargo e a lagosta, espécies pouco consumidas no Brasil. O presidente da Abipesca destacou a dificuldade de absorção desses produtos no mercado interno e defendeu como prioridade a criação de linhas de crédito com juros subsidiados para apoiar as empresas no pagamento de funcionários, insumos e obrigações financeiras.
Alternativas em Estudo: Reintegra e Apoio Financeiro
Além da possibilidade de compras públicas de alimentos perecíveis, o governo também avalia a inclusão das empresas prejudicadas no Reintegra Exportação, programa que devolve até 3% do valor exportado ao exportador.
Outra frente de atuação envolve a liberação de crédito subsidiado, voltado especialmente aos setores mais atingidos. O objetivo é garantir fôlego financeiro às empresas exportadoras enquanto buscam novos mercados ou alternativas internas de comercialização.
Medidas Emergenciais e Estratégia Comercial
Com os Estados Unidos representando cerca de 12% do total das exportações brasileiras, as medidas adotadas visam preservar o desempenho do setor externo e proteger os empregos e investimentos já realizados.
O Governo Federal segue monitorando os desdobramentos do tarifaço norte-americano, enquanto articula ações de curto e médio prazo para garantir competitividade aos produtos nacionais em outros mercados.