Tarifaço dos EUA pode impactar seguros logísticos e custos de exportação no Brasil
A entrada em vigor das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros acendeu um alerta no setor de logística e transporte internacional. O movimento pode obrigar empresas exportadoras do Brasil a redirecionarem embarques para mercados alternativos, provocando mudanças significativas nas rotas comerciais e aumentando os custos operacionais.
Reestruturação das rotas e pressão sobre a logística
Com a necessidade de adaptação às novas barreiras tarifárias, especialistas apontam que haverá maior uso de rotas marítimas e terrestres mais longas, caras e complexas. Além disso, a infraestrutura portuária e de armazenagem brasileira deve sentir os efeitos, principalmente para exportadores de grãos, que poderão manter mercadorias estocadas por mais tempo em locais com maior exposição a riscos.
Esse cenário pressiona toda a cadeia logística, elevando custos de frete, tempo de armazenagem e riscos operacionais.
Reflexos no mercado de seguros logísticos
As consequências não se limitam ao transporte. O mercado de seguros logísticos também já projeta impactos relevantes. Fretes mais caros e estoques maiores aumentam a exposição a riscos como roubo, incêndio, avarias e deterioração de cargas, o que tende a elevar os prêmios de seguro e gerar a necessidade de adaptações nas apólices.
De acordo com fontes do setor, algumas seguradoras estudam rever cláusulas contratuais, incluindo:
- limites máximos de indenização,
- franquias mais altas,
- inclusão de coberturas específicas para riscos políticos, embargos e mudanças de destino.
Perspectivas para exportadores e seguradoras
Com a incerteza nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, tanto exportadores quanto seguradoras terão de se adaptar rapidamente a um ambiente de maior volatilidade. Para especialistas, a tendência é de que os custos logísticos e os prêmios de seguros sigam em alta enquanto não houver clareza sobre os rumos das tarifas americanas.