EUA se aproximam do fim do shutdown mais longo da história
O governo dos Estados Unidos caminha para encerrar a paralisação mais longa de sua história, após o Senado aprovar, por 60 votos a 40, um acordo emergencial. A proposta segue agora para a Câmara dos Representantes, que deve votar o texto antes de enviá-lo ao presidente Donald Trump para sanção.
O shutdown, iniciado em 1º de outubro, já afetou mais de 1 milhão de servidores federais, muitos deles afastados ou trabalhando sem receber salário - entre eles, equipes essenciais como controladores de tráfego aéreo, que tiveram papel central no agravamento da crise.
Crise aérea pressiona Congresso
Nas últimas semanas, parlamentares passaram a enfrentar forte pressão da população e de setores estratégicos da economia. Mais de 6.000 vôos foram cancelados em todo o país, provocando caos nos principais aeroportos americanos.
Diante da situação crítica, o presidente dos EUA determinou o retorno imediato de todos os controladores de vôo ao trabalho, ameaçando reduzir o salário daqueles que não cumprirem a ordem. Em uma tentativa de mitigar o desgaste político, o presidente também prometeu bônus de US$ 10 mil aos funcionários que se mantiveram ativos durante o shutdown.
O que prevê o acordo para pôr fim ao shutdown
O texto aprovado pelo Senado estabelece:
- Financiamento temporário do governo até janeiro de 2026;
- Readmissão de funcionários que foram demitidos durante a paralisação;
- Garantia de recursos completos para programas sociais destinados a americanos de baixa renda ao longo de todo o ano fiscal;
- Retirada, por ora, da disputa envolvendo a prorrogação de subsídios ao seguro-saúde, uma demanda dos democratas, que será votada separadamente.
A expectativa é que a Câmara aprove o acordo sem grandes alterações, permitindo ao governo retomar o funcionamento completo nas próximas semanas.
Um impasse com impacto histórico
Com mais de 70 dias de paralisação, este já é o shutdown mais longo da história dos EUA, superando crises anteriores e evidenciando a crescente polarização política no Congresso.
Analistas afirmam que a retomada do governo deve reduzir a tensão no setor aéreo e minimizar prejuízos acumulados por áreas essenciais da administração pública.